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História


Discurso de inauguração da Rádio Difusora - ZYO-4

A história da Rádio Difusora se confunde com a própria história do rádio em Alagoas. Inaugurada em 16 de setembro de 1948, pelo então governado Silvestre Péricles de Góes Monteiro, a emissora, apelidada carinhosamente de “Caçula das Américas”, destacou-se por ser a primeira do Estado a ter estrutura técnica e artística organizada, e autorização para funcionar.

Está no ar a ZYO-4, Rádio Difusora de Alagoas.  Já não somos a zona de silêncio do Brasil.

Silvestre Péricles
 Discurso de inauguração da rádio Difusora


A Difusora iniciou suas transmissões operando com transmissor Philips de 10 kW, com prefixo ZYO-4, na frequência 960 quilociclos, em ondas médias de 312.5 metros.

Programas de Auditório

Oficialmente inaugurada, a primeira rádio de Alagoas manteve uma programação diária praticamente toda ao vivo com participação de locutores, humoristas, radio-atores, cantores, bandas e orquestras. Os programas de auditório caíram no gosto popular. Sempre lotados por pessoas das mais diferentes faixas etárias e classes sociais.

Caloura mirim se apresentando no programa Rádio Variedades

O programa Rádio Variedades, apresentado inicialmente por Alcides Teixeira e depois pela pioneira radialista Odete Pacheco, destacou-se como o mais famoso. Transmitido aos domingos, tinha quadro especialmente para calouros. Grandes nomes da nossa música se descobriram nestas audições e alguns se tornaram ídolos populares.




Cantores e orquestras
 Cantores e orquestras foram muito solicitados nos primeiros anos da Difusora, pois grande parte da programação era apresentada ao vivo, por ter a indústria fonográfica à época repertório limitado. Boa parte da programação da rádio era então constituída de programas com participação de músicos e cantores, especialmente à noite quando o auditório da rádio, na rua Pedro Monteiro, era aberto ao público, e aos domingos, quando aconteciam os programas de auditório.

Orquestra ZYO-4
Com o surgimento da Difusora, orquestras, bandas e conjuntos se formaram e tornaram-se conhecidos do público através de suas apresentações. A Polícia Militar do Estado cedeu sua Banda de Música, que originou a Orquestra Nicácio e seus Soldados Musicais. A banda de Música do 20º Batalhão de Caçadores e a Banda Feminina de Cachoeira também abrilhantavam programas especiais na rádio. Merece destaque ainda o conjunto Regional dos Professores, o Trio Melodia, Conjunto Horizonte e a Orquestra ZYO-4, também regida pelo maestro Pedro Nicácio.

Cantora Neusa Moreno e radialista Luiz de Barros

A Difusora também foi a responsável pelo aparecimento de cantores e cantoras que ganharam notoriedade, a exemplo de Juvenal Lopes, Claudius Jucá, "A voz morena  de Alagoas”, Kátia Lanuza, Neuza Moreno, Irmãs Palmares, Marlene Silva, Zezé de Almeida, “a estrelíssima”, Ibernon Tenório, Amaury Souza, os Irmãos Edson, Marinez e Abdias (Marinez e Sua Gente), Wilson Duarte, Seton Neto “O gringo do samba”, Nivaldo Valença, Cláudia Maria, Pedro Lima, dentre outros.

Ocorria ainda a contratação de artistas do sul como Orlando Silva, Silvio Caldas, Nelson Gonçalves, Gilberto Alves, Emilinha Borba, além de Violeta Cavalcante, que foi a primeira atração “de fora” contratada pela Difusora por ocasião da inauguração.

Radionovelas
Radioatriz Eunice Pontes
Investindo em radionovelas desde sua inauguração, a Difusora contou com a participação de um grupo de atores e atrizes oriundos do Teatro de Amadores de Maceió, que constituiu o primeiro elenco de radio-teatro da emissora, liderados por Lima Filho. E para complementar o elenco, cantores e locutores faziam “pontas” nas novelas, com alguns surpreendendo e se tornando bons radio-atores, a exemplo de Haroldo Miranda, Nivaldo Valença e Zezé de Almeida, que adotou o pseudônimo de Alda Maria.


Assim como os programas de auditório, as radionovelas também tinham grande audiência. O chamado horário nobre das 20 às 22 horas prendia a atenção dos alagoanos para o desenrolar das tramas novelescas, sobretudo o público feminino.

Equipe de radioatores da ZYO-4 -Difusora de Alagoas 
Pequetita foi a primeira radionovela transmitida pela Difusora. Depois vinheram “A Piedosa Mentira”, “Denize”, “Os Quatro Filhos”, “O Filho do Pecado”, “A Princesinha”, “O Homem da Casa Vermelha”, só para citar algumas.

As radionovelas também contavam com o trabalho de sonoplastas e sonotécnicos, encarregados dos efeitos sonoros e as chamadas cortinas musicais. Inicialmente ao vivo, as radionovelas protagonizaram também algumas gafes.

“Na cena, o personagem interpretado por Ezequias Alves, mataria com um tiro o desafeto interpretado por Jesualdo Ribeiro. O tiro não saiu. O sonotécnico errou a faixa e saiu um som de serrote. E agora? Ezequias, criativo, de improviso, mudou a cena. ‘Vou serrar-lhe o pescoço!’ Aí o técnico encontrou a faixa e saiu o tiro. E agora? E Ezequias ‘Canalha, você merece mesmo é morrer de bala!’”, lembra Cláudio Alencar, no livro Antes que eu me esqueça.
Equipe de radioatores da Difusora em premiação

Além do elenco inicial, também marcaram a história da radionovela alagoana Luza de Andrade, Silvia Loreni, Kátia Lanuza, Pádua Moreira, Jesualdo Ribeiro, Marlene Silva, Afonso José, Lucy Miranda, Sabino Romariz, Cavalcante Barros, Edécio Lopes, Emanoel Rodrigues, Danú
bio Bezerra, Vilma dos Anjos, Floracy Cavalcante, Elza Montenegro, Núbia Carvalho, Cláudio Alencar, dentre tantos outros.

 Humor no Rádio
Lima Filho
Cel. Grozela

Os programas de humor também fizeram parte da programação inicial da ZYO-4 e obtiveram excelente aceitação popular. Nesta época surgiram muitos produtores de humor e comediantes, entre os quais o próprio elenco de radio-teatro, dispondo de grandes atores como Lima Filho, Florêncio Teixeira, Aldemar Paiva e Ezequias Alves.  Emanuel Rodrigues o produtor de Os Trapalhões, da TV Globo, iniciou carreira na Difusora.

Cavalcante Barros popularizou a figura do “Pixotinho”
“Universidade de Chimbra” e “Dona Pinóia e seus Brotinhos” marcaram os primeiros

tempos do humorismo no rádio alagoano.  A dupla “Marreco e Marroque”, formada respectivamente por Jorge Lamenha Lins e Cleophas Rizzo, apresentava-se nos programas de auditório e nos diversos palcos da capital.

O programa “ZY Karbono”, apresentado por Ezequias Alves, com participação de Marreco e outros atores faziam críticas humoradas sobre a Maceió de então. Existiam também os chamados “sketches”, que intercalavam a programação dos programas de auditório, para deleite do público.

Rádio Picadeiro de 1958
O Cel. Grozela também marcou época com seus poemas matutos, tendo inclusive um programa de auditório. Sandoval Cajú, em 1949, apresentou o programa “Palito de Fósforo - o incendiário dos auditórios”. Cavalcanti Barros popularizou a figura do “Pixotinho”, adorado pela criançada da época e protagonizou junto com Emanuel Rodrigues “Rádio Picadeiro”, onde interpretavam os palhaços Ping e Pong.

Outro programa que ganhou destaque foi o “Ora, Bolas”, sobre esporte, apresentado por Jorge Vilar.

A Difusora também recebia em seu auditório comediantes famosos como Colé, Grande Otelo, Dercy Gonçalves, José Vasconcelos, Zé Trindade, Costinha, Ronaldo Golias, Lúcio Mauro, Sônia Mamede e os eternos palhaços.


Esporte
Costa Cabral entrevistando 
A tecnologia precária à época em que as partidas de futebol começaram a ser transmitidas não representou um empecilho para os profissionais da Rádio Difusora. Ao contrário, era apenas um dos desafios a ser enfrentado e superado a cada dia. Numa ação pioneira, a ZYO-4 marcou a história das transmissões esportivas de Alagoas, ao transmitir, em 1970, a Copa do Mundo, sediada no México.

A Difusora foi também a primeira a implantar o cargo de setorista, função que posteriormente foi se espalhando pelas outras rádios do Estado. Na rádio desde 1969, Costa Cabral é o setorista que há mais tempo atua no Estado como repórter de uma única agremiação: nada menos do que 44 anos acompanhando e reportando tudo o que acontece no azulino, prestando assim um inestimável serviço aos torcedores e á causa do esporte alagoano.

Parte da equipe da Seleção do Povo

A Difusora também foi a primeira a contar com a participação feminina na narração e comentário de uma partida de futebol.  A primeira matéria jornalística de rádio sobre esporte feita por uma mulher em Alagoas também foi da Difusora, durante a inauguração do Estádio Rei Pelé. Na ocasião, Odete Pacheco fez uma reportagem sobre o jogo de inauguração entre cronistas alagoanos e pernambucanos.

Ao longo dos anos, grandes profissionais passaram pela equipe de Esporte da Difusora, popularmente conhecida como Seleção do Povo, atualmente uma das mais atuantes e ouvidas do Estado, dentre as emissoras que possuem profissionais militando nesse segmento.


Difusora Hoje
Sede atual da Rádio Difusora localizada na Fernandes Lima
 Antes de se localizar no endereço atual, a Difusora passou por outras três sedes, sendo a primeira na Rua Pedro Monteiro, Centro; a segunda na Praça Marechal Floriano Peixoto, Centro. E a terceira na Rua Barão de José Miguel, Farol.

Em 2001, com a criação do Instituto Zumbi dos Palmares (IZP), a sede da emissora passou a localizar-se na Avenida Fernandes Lima, no complexo que reúne também a TV Educativa de Alagoas, a Rádio Educativa FM e o Espaço Cultural Linda Mascarenhas.

Jornalista Ary Vasconcelos
Já como parte do IZP, a emissora inaugurou nova fase e hoje é considerada uma rádio AM atuante e moderna no Estado. Funciona 24 horas por dia, oferecendo uma programação variada envolvendo jornalismo, programação musical e farta cobertura esportiva. A Difusora também está na internet no endereço eletrônico www.izp.al.gov.br

Radialista Marcos Guimarães 
Com um transmissor de ponta adquirido em 2010 pelo Governo do Estado, de 15 mil Watts de potência, a difusora hoje alcança todas as regiões do Estado, beneficiando a muito mais alagoanos com som de qualidade e sua programação eclética e atual.

Reconhecimento

Reportagem do Diário Oficial sobre premiação nacional



Reunindo profissionais mais experientes com novos nomes e jovens valores, a Rádio Difusora continua dinâmica na sua missão de bem servir à coletividade alagoana, apostando sempre no talento e criatividade dos seus servidores e equipes. Empenho esse, que a cada dia tem sido reconhecido pelos ouvintes, parceiros e público em geral nas áreas de esporte, jornalismo e entretenimento. 

Jornalista Carlos Madeiro em premiação




No segmento de radiojornalismo a Difusora tem obtido nos dois últimos anos o reconhecimento da maior premiação do jornalismo alagoano, o Prêmio Braskem de Jornalismo, obtendo sempre a primeira colocação, o mesmo acontecendo nas duas últimas edições da etapa estadual do Prêmio Sebrae de Jornalismo. 

Jornalista Giuliano Porto em premiação

Além disso, em 2012 a Difusora foi responsável por importante conquista nacional ao vencer a premiação máxima da 6ª edição do Prêmio Allianz Seguros de Jornalismo, concorrendo com emissoras de rádio públicas e privadas de todo o País. Nessas premiações concorreram os jovens jornalistas Carlos Madeiro e Giuliano Porto.



1 comentários:

  1. Parabéns! Nossa terra tem lindas lembranças. Os programas de auditórios, nos anos 60, participava. Os conjuntos do momento como: LSD, com Dijavam, raizes, os modernos e tantas atrações. Vivi momentos maravilhosos.

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